Depois da tempestade vem a bonança


Na minha perseguição pela perfeição

eu errei muito

em tentar prever e antecipar

minha ansiedade me consumiu

Eu busquei acertos

mas encontrei minhas fragilidades pelo caminho

Cravei acusações

quando não enxergava minhas incoerências

Eu falava sem saber o que dizia,

mas eu falava

e quando julgava ter equilíbrio

meu passo desandou

Alguém que não tá de todo errado

porque a insanidade até faz sentido

mas entendeu

que pode ser sempre cedo demais para estar convicto

e nunca é tarde demais pra reconhecer


pra quem só aprende no plural

quantas vezes preciso for

é só o necessário.




quarta-feira, 16 de junho de 2010

A morte do amor

...



"A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
decidimos caminhar pela estrada reta. "


[Do amor - Paulinho Moska]

domingo, 16 de maio de 2010

Flores

Você me parecia vazio e inconsistente

com uma boca que falava com a razão

com tanta razão que faltava sentimento

Todas as palavras que se esforçavam pra falar de amor

eram tão gélidas que não tocavam nem o chão

O coração tem algo de querer se apaixonar

intenso, terno, espontâneo

como as flores de abril quando resolvem florescem em maio

mas você quis entregá-las à mim em janeiro

quando as flores nem sequer pretendiam exalar perfume

e eu fiquei tentando entender se você realmente acreditava que tava me dando flores

domingo, 9 de maio de 2010

Sabe o que eu mais quero agora meu amor?

- Morar no interior do meu interior.



(Vander Lee)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Coisas que nem sei

Muitos dias
poucas palavras
Eu passo
muitos medos
poucas frases
Dificeis transições
desafio minha instabilidade
escrevendo indefinições
Sempre espero tempos certos
Pra ter certeza do que falo
pra ter certeza do que calo
Mas hoje digo coisas que nem sei
pra me permitir ser alguem diferente do que costumo ser


"Amanhã já vem parece quimera,
mera fantasia de quem só espera."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Devaneios sobre o amor


"(...)Quem ama nesta vida

às vezes ama sem querer

Que a dor no fundo esconde

Uma pontinha de prazer"(Cazuza)










De tudo na vida que podemos escolher, uma carreira, um casamento, um caminho, daquilo que podemos decidir por nós mesmos, o amor não é uma dessas coisas. De tudo que denota ambivalência, que nos desperta intensas sensações, que nos faz vacilante e feliz ao mesmo tempo, é amor mesmo.

A gente não escolhe de fato quem será a pessoa responsável por nos fazer tremer nas bases, tremer mesmo, suar frio, ficar nervoso, nós não podemos escolher quais sensações alguém irá arracar de nós, como não podemos escolher o que vamos despertar em alguém. Podemos escolher o que fazer em relação à esta pessoa, o que fazer em relação à estes sentimentos, perseguir o indivíduo, casar-se com ele, ou fugir dessas sensações aterrorizantes que fez eu me sentir totalmente impotente.

Mas realmente é incrivel, como o amor rompe os pressupostos de liberdade de escolha do ser humano e como mesmo sem opção de escolha nós ainda assim somos totalmente responsáveis pelo que despertamos no outro e pelo que fazemos com isso, e neste segundo caso é questão de escolha mesmo, em contrapartida, existe alguém se responsabilizando por nós, ou no mínimo se preocupando, como na célebre frase, em O Pequeno Príncipe: "És eternamente responsável por aquilo que cativas", isso inclui cativações ao acaso, então, mesmo que tenhas cativado sem querer, continuas responsável, quem mandou ter tanto charme? Na pior das hipóteses, apenas respeite e seja sincero.

Nunca se sabe ao certo o que foi que fez cativar, ou qual elemento foi decisivo neste processo, enfim, de longas datas já se foi entendido que esta pessoa não precisa estar perto da perfeição, pelo contrário, muitas das vezes possui defeitos que nos desperta ainda mais, como diz Luiz Fernando Veríssimo em um de seus textos, que a pessoa certa na verdade é a pessoa errada, principe encantado é muito tedioso e amor, ah o amor nos configura ambivalente. Porque a intensidade desestabiliza, nos faz temer e ao mesmo tempo adorar tudo isso, nos faz pequenos e grandes, nos faz sentir à flor da pele tudo de mais certo e grande, o amor.



terça-feira, 23 de março de 2010

Ciúmes

O ciúme é tristeza
que contrapõe a esperança
de ter qualquer lembrança
na confiança de quem for


O ciúme é vazio
e é cheio de sentimento vadio
é mesmo um peito ardio
cheio de ódio e rancor


O ciúme é veneno
daqueles que enchem as entrenhas
e nos faz sentir qualquer coisa estranha
algo parecido com dor


O ciúme é um palco
dos sentimentos em drama
tira até a pose da dama
e deixa o rapaz sem cor


O ciúme é mesmo uma graça
o coração descompassa
parece um nó que não desenlaça
mas se dissolve quando a ordem é amor

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

 
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