Devaneios sobre o amor


"(...)Quem ama nesta vida

às vezes ama sem querer

Que a dor no fundo esconde

Uma pontinha de prazer"(Cazuza)










De tudo na vida que podemos escolher, uma carreira, um casamento, um caminho, daquilo que podemos decidir por nós mesmos, o amor não é uma dessas coisas. De tudo que denota ambivalência, que nos desperta intensas sensações, que nos faz vacilante e feliz ao mesmo tempo, é amor mesmo.

A gente não escolhe de fato quem será a pessoa responsável por nos fazer tremer nas bases, tremer mesmo, suar frio, ficar nervoso, nós não podemos escolher quais sensações alguém irá arracar de nós, como não podemos escolher o que vamos despertar em alguém. Podemos escolher o que fazer em relação à esta pessoa, o que fazer em relação à estes sentimentos, perseguir o indivíduo, casar-se com ele, ou fugir dessas sensações aterrorizantes que fez eu me sentir totalmente impotente.

Mas realmente é incrivel, como o amor rompe os pressupostos de liberdade de escolha do ser humano e como mesmo sem opção de escolha nós ainda assim somos totalmente responsáveis pelo que despertamos no outro e pelo que fazemos com isso, e neste segundo caso é questão de escolha mesmo, em contrapartida, existe alguém se responsabilizando por nós, ou no mínimo se preocupando, como na célebre frase, em O Pequeno Príncipe: "És eternamente responsável por aquilo que cativas", isso inclui cativações ao acaso, então, mesmo que tenhas cativado sem querer, continuas responsável, quem mandou ter tanto charme? Na pior das hipóteses, apenas respeite e seja sincero.

Nunca se sabe ao certo o que foi que fez cativar, ou qual elemento foi decisivo neste processo, enfim, de longas datas já se foi entendido que esta pessoa não precisa estar perto da perfeição, pelo contrário, muitas das vezes possui defeitos que nos desperta ainda mais, como diz Luiz Fernando Veríssimo em um de seus textos, que a pessoa certa na verdade é a pessoa errada, principe encantado é muito tedioso e amor, ah o amor nos configura ambivalente. Porque a intensidade desestabiliza, nos faz temer e ao mesmo tempo adorar tudo isso, nos faz pequenos e grandes, nos faz sentir à flor da pele tudo de mais certo e grande, o amor.



terça-feira, 23 de março de 2010

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